sexta-feira, 13 de maio de 2011

Travesseiro

Sou eu quem você abraça quando está triste,
Que escuta seu grito em meio a dor,
Onde grudam suas lágrimas,
Que, às vezes, te protege dos seus inimigos,
ou dos seus próprios amigos,
Sou eu que acalanto os seus sonhos,
é com você com quem estou toda noite,
e quando não estou, eu fico frio,
mas no fundo acredito que você sente minha falta
assim como sinto a sua,
Eu sei que você me beija 
imaginando seu principe encantado,
Mas sei que é a mim que você irá recorrer
Quando a ilusão acabar,
Eu sei que muitas vezes,
você não me dá o merecido valor,
Mas sei que sem mim 
Seu corpo se enche de dores.


Mas mesmo você esquecendo 
o que eu faço por você, apesar de tudo,
tudo mesmo, eu ainda te amo

Com eterno amor, seu travesseiro!

( http://sentimentosesuspiros.blogspot.com/2011/05/travesseiro.html - Erika Tainah )
 
Quantas  vezes não fomos o travesseiro de alguém ? E quantas vezes fizemos do próximo um travesseiro e não demos o devido valor ? Pois então? Momento de reflexão...

Hora de provar que o seu travesseiro não foi injustiçado.
Boa semana

Ler devia ser proibido, de Guiomar de Grammont

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

Guiomar de Grammon, In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro - Argus, 1999. pgs.71-73.


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Apesar desse texto ser enorme, ele usa bastante de uma ironia, embora várias pessoas pensem isso mesmo. O texto diz que você não precisa mesmo ler se você quizer ter funções braçais nesse mundo capitalista e receber pouco de modo que vai ser quase impossivel você viver bem ... E ai ? Vai deixar todo o poder do conhecimento na mãos de poucos que com toda a certeza se aproveitaram da sua "ingenuidade" (ou deveria dizer burrice?), mas sabe, né, é você quem tem que correr atrás..


Beijos e mais Beijos

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Futebol '

Sabe uma coisa que me deixa furiosa ? Discursão por causa de futebol... Gente, futebol é igual a religião, cada um tem o seu, a escolha é propriamente sua. Mas o que me deixa mais furiosa é aquele povo que torce pra um time que nem é lá grande coisa e fica ai se achando, tanto quando perde, tanto quando ganha... É HORRIVEL .. Eu posso gostar de qualquer time, mas é esse tipo de gente, que se acha o tal, que me faz não gostar do time, ai você pensa, nossa só por uma pessoa você não gosta de um time ? Não, são várias pessoas que são assim no quesito TORCIDA e elas torcem pro mesmo time. 


Pronto desabafei ... 
Boa semana e até logo =D